Sabe aquela história de que tirar o catalisador aumenta a potência do motor? Talvez você não deva acreditar muito nela. Essa peça tem uma função primordial para o meio ambiente e influencia muito pouco no rendimento do veículo. Retirá-la do seu automóvel, além de gerar uma multa, pode, em alguns casos, desregular o sistema de injeção eletrônica.
O Blog da Dinamicar — loja de pneus no Rio de Janeiro — entra nessa polêmica para tentar esclarecer os mitos que envolvem o assunto.
Tirar o catalisador aumenta a potência?
O catalisador é uma peça que faz parte do sistema de escapamento do automóvel. Ela fica entre o motor e o cano de escape e serve para transformar os gases poluentes em não poluentes.
A teoria de que tirar o catalisador aumenta a potência segue a seguinte lógica: como a peça restringe a passagem dos gases, essa restrição, mesmo que de forma mínima, também impede o motor de trabalhar com força total.
Há quem diga que sim
Algumas pessoas, como o pessoal do Blog Notícias Automotivas, reconhecem que a retirada do catalisador é capaz de dar mais força ao motor. Em um de seus textos, eles comparam a ausência dessa peça a outras medidas, como acionar um chip de potência ou trocar o filtro, que também geram esse resultado.
Porém, a estimativa de ganho de rendimento com todas essas medidas juntas é de aproximadamente 10 cv.
Há quem diga que não
A peça pode, de fato, restringir a passagem mais rápida de gases pelo sistema de escapamento. Contudo, os testes realizados para o desenvolvimento dos automóveis já preveem a presença do catalisador.
Ou seja, o conjunto de peças dos carros é projetado para ser o mais eficiente possível, e o catalisador faz parte disso. A peça não impede o bom fluxo de gases, apenas faz com que eles sofram uma reação química.
Quando o catalisador interfere na potência?
Existe uma situação em que o catalisador influencia diretamente na perda de potência do motor: em caso de entupimento.
A peça possui uma manta formada por elementos químicos. Se ela estiver funcionando adequadamente, os gases tóxicos vão entrar por um lado, reagir com essas substâncias e sair menos tóxicos. Quando usado adequadamente, o catalisador pode durar mais de 80 mil quilômetros sem ser trocado.
Há, no entanto, alguns hábitos que podem reduzir a vida útil do catalisador. Alguns tipos de gasolina contém chumbo, e essa é uma substância capaz de causar danos ao filtro. Além dele, o sistema de ignição também pode influenciar. Quando a combustão ocorre de forma incompleta, parte do combustível que deveria queimar passa para o escapamento. Isso também danifica o catalisador.
Meio ambiente e multa
A pequena peça que fica presa no fundo do carro é a responsável por transformar os gases tóxicos que saem do motor em substâncias menos nocivas ao meio ambiente. O catalisador possui uma manta semelhante a uma colmeia, composta de duas substâncias principais: paládio e molibdênio.
A filtragem das substâncias nocivas acontecem por meio de reações químicas. Substâncias altamente prejudiciais ao meio ambiente como CO e o NO são produzidas com a queima de combustível. Depois que saem do motor, elas reagem com o paládio e com o molibdênio do catalisador e se transformam em CO² o NO², que são bem menos poluentes.
No Brasil, o catalisador é item obrigatório nos veículos desde 1997. Quem anda com ele inoperante ou faz a remoção comete infração grave, recebe multa de R$ 127,69 e acumula cinco pontos na carteira nacional de habilitação.
Manutenção na Dinamicar
Essa é uma discussão que não deve terminar. Mesmo se um dia ficar comprovado que tirar o catalisador aumenta a potência, é importante lembrar que ele tem uma função primordial. Cuidar bem do seu carro também é cuidar do meio ambiente. Portanto, não deixe de acompanhar a manutenção das peças de seu automóvel.