A partir de 2020, os carros vendidos no Brasil passarão por mais uma exigência: o teste de impacto lateral. Essa é uma medida já adotada na Europa e nos EUA há pelo menos 20 anos e busca mais segurança no trânsito. Os primeiros testes já provam que modelos bastante populares no Brasil não são suficientemente seguros nesses casos.
A exigência começa com os carros inéditos a partir de 1º de janeiro de 2020. A previsão para que a medida valha também para os demais carros novos é para 2023.
A importância dos testes para a segurança no trânsito
As medidas de segurança que protegem motoristas e passageiros de um automóvel precisam agir de forma muito rápida. No caso de uma colisão frontal, o tempo entre a pancada e o impacto nas pessoas varia entre 100 e 120 milésimos de segundo. Isso é o mesmo tempo de um piscar de olhos.
Já em colisões laterais, tudo acontece ainda mais rápido: aproximadamente 55 milissegundos. Ou seja, metade do tempo de uma piscada. Se os dispositivos de segurança não estiverem prontos para atuar, a depender da intensidade, a colisão pode ser fatal.
Airbags laterais e airbag de cortina
Os airbags instaladas nas laterias do veículo servem exclusivamente para colisões laterais. Graças a eles, tronco, coluna e, principalmente, cabeça ficam protegidos de pancadas.
Reforço na estrutura lateral
Além do airbag, para ter mais segurança no trânsito em casos de acidentes laterais, as montadoras elaboram umas estrutura específica para isso. Em alguns modelos, a resistência do aço usado para a proteção dos lados chega a ser cinco vezes maior do que o material das demais partes.
Toda essa proteção tem um motivo: os impactos laterais são muito mais violentos para os ocupantes. Em casos de colisões traseiras e frontais, existe uma grande área entre as pessoas e a parte na qual a pancada acontece. Essa área ajuda a dissipar o impacto. Já nos acidentes laterais, a distância é mínima. Por isso, a preocupação tem que ser redobrada.
Onix e KA reprovados no teste de impacto lateral
Atualmente, os modelos vendidos no Brasil só precisam comprovar a aprovação em testes de impacto frontal e traseiro. Em 2016, no entanto, uma organização independente que realiza testes em carros produzidos na América Latina testou alguns modelos brasileiros.
Uma conclusão chamou bastante atenção nos testes. Dois dos modelos mais vendidos no país em 2017 tiraram nota zero: o Ford KA e o Chevrolet Onix (o mais vendido do Brasil).
Para resolver o problema, o Ministério das Cidades sugere a instalação de barras laterais que reforçam a estrutura dos automóveis e dão mais segurança no trânsito. Parte dos carros produzidos nos últimos anos já possui algum tipo de reforço.
O teste de impacto pode ser feito no exterior
Poucas montadoras possuem a estrutura necessária para esse teste no país. Por conta disso e, pensando em tornar a exigência viável, o governo vai aceitar testes feitos em outros países. No entanto, haverá a exigência de certificados de laboratórios científicos.
O Conatran (Conselho Nacional de Trânsito) vai exigir dois testes: um de batida perpendicular ao veículo e outro de impacto com ângulo de 63° graus em relação ao eixo longitudinal do veículo.
Na colisão perpendicular, o veículo deverá ficar parado enquanto recebe o impacto de 950 kg a 50 km/h. No caso da colisão a 63° graus de inclinação, a velocidade da barreira deve ser de 53,6 km/h.
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