É bem frequente cairmos no lugar-comum do avanço tecnológico e dizermos: carro elétrico é o futuro! Afinal de contas, a economia com a realização de recargas ao invés de reabastecimentos é considerável, além dos benefícios para o meio ambiente com a substituição dos combustíveis fósseis.
De fato os carros elétricos são indeclináveis e sua presença tende a aumentar cada vez mais, mas não podemos perder de vista os desafios dos carros elétricos. Neste texto, trazemos para você um panorama sobre a situação do carro elétrico no Brasil e no mundo, levando em consideração as questões que surgem à medida que aumenta a fabricação desses veículos.
Carro elétrico: um breve histórico
O primeiro veículo a ter a sua propulsão por meio de motores elétricos foi desenvolvido pelo norte-americano Thomas Davenport, em 1835. No início do século XX, houve um considerável aumento na produção desse tipo de motor, mas a escala de produção e os custos oriundos da produção do regime fordista fez com que os motores a combustão dominassem quase que completamente o mercado, com altos índices de poluição atmosférica.
Com o aumento do preço do petróleo, matéria-prima dos principais combustíveis, e a escalada do aquecimento global e da poluição atmosférica em razão da emissão de gases poluentes por veículos, indústrias etc., a indústria automobilística passou a direcionar parte dos esforços para os carros elétricos, ainda que que os motores a combustão ainda respondam pela ampla maioria dos veículos.
Impulsionada principalmente pela demanda presente na China, a frota de carros elétricos cresceu 55% no primeiro semestre de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da EV Volumes. Por outro lado, a mesma pesquisa mostrou que a frota de carros elétricos, composta por veículos elétricos de bateria (BEV) e Plug-In Hýbrids, era de 2% da frota total, mostrando que ainda há muito a avançar.
Carro elétrico no Brasil
Em terras tupiniquins, contando inclusive com abatimentos e benefícios governamentais, a produção de carros elétricos vem crescendo bastante, e a previsão é que até 2026 o percentual em relação à frota total chegue a 2%. Para termos ideia, hoje a frota de carros elétricos da Noruega, por exemplo, está na casa de 10% do total.
Em termos da produção de energia para esses veículos, no Brasil os esforços têm sido capitaneados pelo grupo CPFL Energia, em estreita colaboração com as montadoras. Considerando o potencial do Brasil em matrizes energéticas sustentáveis em relação ao resto do mundo, podemos dizer que existe um vasto campo para atuação.
O desafio das recargas
A estrutura de recarga dos carros elétricos sem dúvidas é um dos principais gargalos, além do próprio custo de aquisição dos motores elétricos, que tendem a diminuir com o aumento da escala de produção. De acordo com a CPFL Energia, considerando um cenário em que a frota de carros elétricos seja de 5% do total, 80% das redes de distribuição da empresa não precisariam de investimentos adicionais.
Além disso, para responder ao desafio do “reabastecimento elétrico”, a empresa afirma que a tendência é de que 80% das recargas sejam realizados em casa, geralmente durante a noite, em regime que é grosseiramente comparado com a recarga de celulares. Além disso, o desafio de que postos de recarga nas ruas estejam localizados em pontos estratégicos, de modo a minimizar os riscos de os carros terem que ficar parados na rua sem lugar para recarregar, é considerável, e vai crescer à medida do aumento da frota de carros elétricos.
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