Neste artigo, vamos falar sobre o cabeçote, também conhecido como parte do “coração do veículo”, isto é, do seu motor.
O Cabeçote é responsável pela taxa ideal de compressão no motor e também pela riqueza da mistura ar-combustível; por essas duas principais funções a peça é uma das que mais requerem atenção no momento de uma manutenção preventiva ou revisão.
É importante destacar que algumas inovações setor automotivo, como a injeção eletrônica, ou motores com diferentes configurações de cilindros, possibilitou adaptações no cabeçote, buscando melhor acomodação nessas novas estruturas desses motores, assim como suas peças, como: velas, válvulas, sistema de arrefecimento etc.
De forma mais simples, o que é o cabeçote?
O cabeçote é basicamente a tampa do bloco do motor, composta por uma liga metálica de alta resistência ao calor e à pressão, cuja função é cobrir o local onde estão localizados os cilindros e pistões, assim forma-se a câmara de combustão, como abordado no parágrafo acima, o local onde ocorre a queima da mistura ar-combustível. A energia contida dentro desta câmara é direcionada para movimentar os pistões, proporcionando o giro do eixo virabrequim.
Outra função também do cabeçote é a acomodação de outras peças do motor do carro, como o comando de válvulas, velas e injetores, além de possuir entradas para o sistema de lubrificação e arrefecimento.
A evolução do cabeçote ao longo dos anos
Inicialmente, a função do cabeçote seria apenas ser uma tampa do bloco do motor, mas atualmente a peça possui muito mais funcionalidades, como por exemplo as galerias para acomodar diversos sistemas essenciais para o desempenho correto do motor à combustão. Conheça agora a evolução dos modelos de cabeçote ao longo dos anos.
Flathead
Este foi o primeiro modelo de cabeçote criado, ele foi desenvolvido pela Ford nos anos 30, consistia em uma tampa metálica onde eram encaixadas as velas de ignição, também possuía abertura para as válvulas de admissão e de escape.
Over Head Valve (OHV)
Logo em seguida, vieram os cabeçotes modelo OHV, ou Over Head Valve, que significa Válvula sobre o Cabeçote. Houve uma grande alteração na estrutura do motor, que colocou uma série de varetas no cabeçote, essas varetas eram utilizadas pelo comando de válvulas para abertura e admissão da mistura ar-combustível.
Foi a partir desse modelo que as válvulas foram alocadas no cabeçote do motor, assim foi possível ter maior controle sobre a admissão e compressão no motor, permitindo uma maior potência e eficiência de consumo. A desvantagem do sistema é não suportar rotações elevadas, ocasionando perda mecânica com o tempo, o que acabou levando à sua obsolescência ao longo do tempo.
OHC ou SOHC
Over Head Camshaft ou Single Over Head Camshaft, significam respectivamente “válvulas no cabeçote” e “comando de válvulas simples no cabeçote”. Este modelo de cabeçote possui comando de válvulas direto no componente, não há varetas transmitindo o comando, como no modelo OHV. Essa nova tecnologia ajudou a diminuir as peças e perdas mecânicas e também permitiu motores com maiores regimes de rotação.
DOHC
O sistema do cabeçote Double Overhead Camshaft , ou DOHC, ou duplo comando de válvulas, conta com duplos eixos. Com isso, este modelo de cabeçote proporciona motores com um desempenho e potência mais elevados, podendo funcionar em rotações mais elevadas e facilitando a configuração de quatro válvulas por cilindro. Ou seja, é mais otimizado e oferece maior eficiência de consumo.
Principais partes do cabeçote
Conheça algumas de suas partes:
Corpo do cabeçote
O mais importante é que o corpo do cabeçote seja uma peça leve. Por isso, geralmente são fabricados em liga de alumínio ou outros materiais que concedam um peso razoavelmente leve, no entanto o seu material de fabricação deve ser o mais resistente possível para suportar altas temperaturas e a pressão dos gases.
Sistema de arrefecimento e lubrificação
O sistema de arrefecimento, assim como o sistema de lubrificação, são muito importantes para o desempenho do motor do veículo e também para a integridade do cabeçote. É comum nesta peça existirem compartimentos específicos para o controle do nível do fluido do radiador, e também para a verificação do nível de óleo do motor.
Em caso de superaquecimento, por exemplo, por falhas no sistema de arrefecimento, pode ocorrer inclusive o derretimento das juntas do cabeçote, falaremos mais adiante.
Comando das válvulas
O cabeçote também é responsável por alocar algumas peças, como por exemplo o comando de válvulas e seus mancias de apoio, essas peças são responsáveis por controlar o sistema de admissão e escape dos gases da câmara de combustão.
Câmara de combustão e velas
Em suma, a função principal do cabeçote é fechar o cilindro onde estão os pistões, com isso cria-se a câmara de combustão, que é o local onde ocorre a queima de ar-combustível.
Principais defeitos que um cabeçote pode apresentar
Apesar de ser uma peça projetada para suportar condições extremas, o cabeçote pode ser uma peça bastante sensível, por isso é importante estar atento a alguns sinais de falhas, pois, uma vez que o condutor do veículo dirija o carro sem realizar as devidas manutenções preventivas, pode gerar inúmeros prejuízos, inclusive a falha total do motor do carro.
Então, fique ligado em alguns dos sinais mais comuns de que o cabeçote pode estar com problemas:
Excesso de fumaça no escapamento
Sempre que existir fumaça, é sinal de problemas, essa é a certeza total. Portanto, se o veículo estiver apresentando fumaça fique atento; fumaças azuladas são indício de queima de óleo de motor na câmara de combustão, já fumaças pretas podem ser problemas no carburador ou na injeção eletrônica.
Superaquecimento do motor
O superaquecimento do motor é um dos principais motivos para fazer com que a junta do cabeçote queime, rache, derreta ou apresente qualquer outro problema. E dependendo da intensidade do dano, será necessário a troca do cabeçote . Outro fator que contribui para o superaquecimento é o baixo nível de líquido no reservatório de arrefecimento.
Retífica de cabeçote
A retífica de cabeçote é o processo de manutenção corretiva da peça, e deve ser realizado sempre que sejam percebidas falhas no motor do carro, como os sinais que apresentamos acima. Essa manutenção corrige folgas e assentamentos, o seu processo consiste no desmonte e testes de pressão.
Após esta etapa, faz-se uma análise para verificar se há presença de trincas ou rachaduras em sua estrutura para então ser soldado e depois plainado.
No processo de retífica as válvulas de admissão e escape, além das sedes de válvulas, também são substituídas ou retificadas. Também é verificada a elasticidade das molas, regulagem de pastilhas e os tuchos hidráulicos das válvulas.
A retífica de cabeçote, em suma, resolve qualquer problema que a peça apresente, até mesmo uma rosca de vela.
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